A B C D E G N O P T

A

Acordo de Paris

Compromisso assinado entre 196 países, em 2015, com o objectivo de reduzir as emissões de Gases com Efeito de Estufa no planeta. A comunidade internacional comprometeu-se, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a limitar a subida da temperatura média da Terra bem “abaixo dos 2 graus Celsius” e a prosseguir esforços para “limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius”, em relação aos níveis pré-industriais, até ao final do século XXI.

Agricultura Regenerativa

Abordagem de gestão e conservação dos sistemas agrícolas, que utiliza conhecimento tradicional e soluções digitais. Incide no desenvolvimento da saúde dos solos, captura de CO2 da atmosfera, aumenta a biodiversidade das explorações e otimiza a gestão da água, melhorando os recursos que utiliza, em vez de os esgotar. É uma abordagem específica ao contexto de cada exploração agrícola e que precisa de um investimento inicial, mas com práticas que permitem aos agricultores aumentar a fertilidade dos terrenos e a resiliência das suas actividades face a eventos climáticos extremos. Estas práticas são orientadas pelos 5 princípios da agricultura regenerativa:

não perturbar o solo

manter o solo coberto.

cultivar uma gama diversificada de culturas

manter as raízes vivas no solo

integrar os animais

Análise de Dupla Materialidade

Processo que permite identificar as temáticas ambientais, sociais e de governança corporativa prioritárias para uma organização, com base em duas perspectivas:

materialidade financeira (temas ESG que mais podem afectar o desempenho financeiro de uma organização)

materialidade de impacto (temas relacionados com a sociedade e com o ambiente que são mais afectados por uma organização)

Alterações climáticas

Mudanças significativas e perduráveis no clima que podem dever-se a factores naturais, como erupções vulcânicas, radiação solar e a alterações na órbita da Terra, bem como ao forte impacto que as actividades de origem humana (antropogénicas) têm na composição da atmosfera. A utilização excessiva de combustíveis fósseis e a desflorestação são algumas das actividades com maior responsabilidade no aumento da concentração de gases com efeitos de estufa na atmosfera, contribuindo decisivamente para o aquecimento global. As alterações climáticas provocam uma maior frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, bem como mudanças no meio físico e nos seres vivos, comprometendo os ecossistemas, o funcionamento de sistemas socioeconómicos, e a saúde e o bem-estar dos seres humanos.

Aquecimento Global

Termo que descreve o aumento da temperatura média da atmosfera à superfície do planeta e dos oceanos. Este aumento tem sido observado de forma mais clara nas últimas décadas.

 

B

Biodiversidade

Toda a variedade de seres vivos do meio terrestre, marinho e de outros ecossistemas aquáticos, incluindo os complexos ecológicos de que esses organismos fazem parte. O conceito de biodiversidade abrange a diversidade ao nível dos genes, das espécies e dos ecossistemas.

C

CO2e (“dióxido de carbono equivalente”)

Medida internacionalmente padronizada utilizada para representar todos os gases com efeito de estufa (GEE) convertidos em dióxido de carbono (CO2).

COP (Conferência das Partes)

Reuniões anuais organizadas pela Organização das Nações Unidas, participadas por (quase) todos os países e empresas de todo o mundo, para monitorizar os progressos no combate às alterações climáticas, debater soluções conjuntas e negociar acordos. Estas reuniões anuais surgiram no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), que entrou em vigor em Março de 1994.

Créditos de carbono

Os créditos de carbono ou a redução certificada de emissões (RCE) são mecanismos financeiros, cuja compra representa a redução de dióxido de carbono equivalente (CO2e) na atmosfera. Uma tonelada de CO2e corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão de outros GEE também pode ser convertida em créditos de carbono, utilizando o conceito de dióxido de carbono equivalente. Os créditos de carbono são comprados através de iniciativas que visem a redução de emissões. Estas são rigorosamente avaliadas para garantir a sua legitimidade e a precisão das reduções de emissões. Alguns exemplos são iniciativas que envolvam a produção de energia renovável, melhorias na eficiência energética, reflorestamento responsável e captura de metano em aterros sanitários.

D

Desenvolvimento Sustentável

Segundo a definição da Organização das Nações Unidas (ONU), refere-se à “Capacidade de satisfazer as necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI)

Termo utilizado para expressar o conjunto de medidas e políticas que visam garantir que:

a diversidade de pessoas (com características visíveis e não visíveis diferentes) é respeitada, valorizada e celebrada

existe um tratamento equitativo, i.e. são proporcionadas ferramentas / soluções ajustadas às diferentes circunstâncias e características

todas as pessoas, independentemente das suas características e circunstâncias, são e se sentem incluídas e ouvidas

Estas medidas e políticas permitem que cada pessoa se possa sentir o mais confortável possível para contribuir com todo o respectivo potencial para a empresa e / ou comunidade. As empresas, as economias e as sociedades tornam-se assim mais justas e produtivas.

E

Economia circular

Modelo de produção e de consumo que visa alargar o ciclo de vida dos produtos pela partilha, aluguer, redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Em contraste com a economia linear tradicional, um sub-produto de determinado processo, ou mesmo um produto em fim de ciclo de vida, é encaminhado para novos circuitos, promovendo assim a dissociação entre o crescimento económico e o aumento no consumo de recursos.

Eficiência energética

Procura melhorar o uso das fontes de energia, com um consumo consciente e racional das mesmas. Para concretizar determinado resultado com um gasto de energia menor que o esperado, pode ser combinada a alteração de comportamentos com a utilização de equipamentos energeticamente mais eficientes. Estes equipamentos são muito variados, desde o isolamento térmico até um melhor aproveitamento das condições de iluminação natural.

Emissões de âmbito 1, 2 e 3

De acordo com o Greenhouse Gas Protocol, framework para apoio à medição e cálculo de emissões de GEE, o cálculo da pegada de carbono de uma entidade está dividido em 3 partes:

Emissões de âmbito 1 (scope 1): emissões directas de GEE que ocorrem a partir de fontes controladas pela organização (i.e., instalações e frota do GCA)

Emissões de âmbito 2 (scope 2): emissões indirectas de GEE associadas ao consumo de energia (como electricidade, vapor, calor e/ou arrefecimento) utilizada nas actividades da empresa

Emissões de âmbito 3 (scope 3): todas as restantes emissões indirectas de GEE resultantes da cadeia de valor, incluindo as emissões a montante e a jusante. Inclui categorias como: Categoria 5 - Resíduos gerados em operações | Categoria 6 - Viagens de negócios | Categoria 7 - Deslocação de pessoas colaboradoras | Categoria 15 - Financiamentos e investimentos (no caso do sector financeiro são as emissões com maior relevância).

ESG (sigla em inglês referente a “Environmental, Social and Governance”)

Conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança corporativa mais amplamente utilizados para avaliar o desempenho não financeiro de uma organização, do ponto de vista da gestão de risco e da geração de impacto (positivo ou negativo), e considerados como essenciais para assegurar a sustentabilidade financeira de uma empresa.

G

GCA (Grupo Crédito Agrícola)

Grupo Financeiro Cooperativo centenário, constituído pela Caixa Central – Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo CRL (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, suas Associadas, bem como por Empresas de Seguros Vida (CA Vida) e Não Vida (CA Seguros) e por empresas de serviços auxiliares participadas, directa ou indirectamente, pela Caixa Central e Caixas Associadas, profundamente enraizado no tecido económico das diferentes regiões do país, com um total de 617 Agências em todo o território nacional continental e ilhas.

GEE (Gases com Efeito de Estufa)

Os gases com efeito de estufa (GEE) absorvem e emitem radiação na atmosfera terrestre, impedindo que esse calor absorvido do sol regresse ao espaço. Muitos GEEs ocorrem naturalmente na atmosfera, mas a actividade humana contribui para a sua acumulação, o que leva ao aumento exacerbado da temperatura do Planeta e às alterações climáticas. Os principais gases com efeito de estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), o ozono (O3), os clorofluorcarbonetos (CFC) e os hidroclorofluorcarbonetos (HCFC).

N

Net Zero Banking Alliance (NZBA)

NZBA é uma aliança bancária a nível mundial, lançada pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP FI) em 2021. A aliança reúne bancos, de todas as geografias, comprometidos em alinhar os respectivos modelos de negócio (investimentos e financiamentos) com o objectivo de ser Net Zero até 2050 e a estabelecer objectivos intermédios para 2030, em conformidade com os objectivos mais ambiciosos estabelecidos pelo Acordo de Paris sobre o Clima.

Net Zero (em português, emissões líquidas zero)

Situação em que a diferença entre o volume de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e a sua remoção da atmosfera é igual a zero, para determinado perímetro de actuação (País, organização, entre outros). O cumprimento de um objectivo net zero exige que se trabalhe as emissões de toda a cadeia de valor (âmbito 1, 2 e 3) de uma organização, que se reduza as mesmas a zero ou a um nível residual desde que em coerência com o cenário de base científica que respeite o Acordo de Paris (aumento de temperatura abaixo de 1,5ºC). As emissões residuais devem ser compensadas através de iniciativas de absorção de GEEs já existente na atmosfera. Por incluir a cadeia de valor de uma organização, ser Net Zero, é um objectivo mais ambicioso que atingir a neutralidade carbónica.

Neutralidade carbónica

Um “ponto de equilíbrio” entre as emissões de carbono produzidas e as emissões de GEEs removidas da atmosfera, para que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera seja nulo – uma marca que se quer atingir em Portugal até 2050.

O

Obrigações ESG

Estes instrumentos de dívida conferem ao titular um direito de crédito perante a entidade que as emite, à semelhança das obrigações clássicas. No entanto, o capital captado por meio destas obrigações deve ser aplicado, total ou em parte, ao financiamento de projectos ou activos que assegurem / fomentem o cumprimento de determinados critérios ambientais (Obrigações verdes – green bonds), sociais (obrigações sociais – social bonds) ou a combinação de ambos (obrigações sustentáveis – sustainable bonds). Existem ainda outras derivações dependendo dos critérios de elegibilidade definidos como as Obrigações para a Transição (Transition bonds), Obrigações alinhadas com a Taxonomia (EU taxonomy aligned Bonds) ou as Obrigações condicionadas ao cumprimento de métricas de sustentabilidade (Sustainability-linked bonds). As principais referências para critérios de elegibilidade são os princípios da ICMA (International Market Association), os procedimentos da CBI (Climate Bonds Initiative) e os princípios da UE para a emissão de Green bonds (EuGB), ancorados na Taxonomia Verde da UE.

ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável)

Conjunto de 17 Objetivos Globais que integram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adoptada por todos os Estados-Membros das Nações Unidas em 2015, com o intuito de criar um modelo global capaz de erradicar a pobreza, garantir a prosperidade social e económica, proteger o Planeta, promover a paz, assim como estabelecer parcerias intersectoriais em prol dos mais vulneráveis.

P

Pessoas Colaboradoras do GCA

Pessoas que trabalham no Grupo Crédito Agrícola.

Princípios da Banca Responsável

Um conjunto de princípios que guiam o sector bancário para responder, impulsionar e beneficiar de uma economia sustentável, incluindo alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris. Este framework resulta da colaboração entre bancos de todo o mundo e a United Nations Environment Programme Finance Initiative (UNEP FI).

T

Taxonomia verde da União Europeia

Sistema de classificação desenvolvido pela União Europeia, com o objectivo de identificar actividades economicamente sustentáveis do ponto de vista ambiental para efeitos de investimento.