1 de Dezembro 2021

Ouro português A estalar de boca em boca

Leiria, cidade e concelho, sempre levedou boas ideias, grandes iniciativas, projectos exemplares. Tudo, graças ao engenho, ao espírito empreendedor e a uma entrega sem limites de um Oeste que não verga perante os ventos que, por vezes, sopram a contragosto de um mar agreste ali tão perto, obrigando a ir ao fundo da alma puxar por uma réstia de força, de energia, de vontade de vencer mais uma adversidade, mais um obstáculo. E sempre que somos bem-sucedidos nessa odisseia, a conquista tem outro sabor. Mais sabor ainda. Aquele que só o pão acabado de sair do forno nos faz soar e sorrir ao mesmo tempo. E quem diz pão… diz pastel de nata de boca em boca por esse mundo fora. Ou mesmo um croissant luso pedindo meças, vejam só, aos melhores gauleses, em plena cafetaria do Louvre. Para orgulho de Pedro Mendes, presidente e fundador da Panidor

 

ale a pena não deixar nunca de acreditar. No trabalho e na vida. Mais que uma inspiração, essa foi, por certo, lição primeira para Pedro Mendes, presidente e fundador da Panicongelados, que hoje se projecta e afirma em mais de trinta países sob a marca Panidor (já agora, quer dizer – e bem o diz – pão de ouro). Estudou gestão e ciências da saúde, mas o legado familiar, aprendido junto dos seus progenitores, fizeram-no assumir definitivamente a padaria e a pastelaria tradicionais. Parco em palavras, prefere claramente o pensamento bem combinado com a acção, sempre movido por uma capacidade de ver para além do olhar. E, desde 1994, quando viu que era tempo de avançar para o grande projecto da sua vida, não parou de crescer e consolidar um negócio que se tem mostrado robusto suficientemente perante as conjunturas mais desafiantes, como aquela que estamos a enfrentar à escala mundial. Em Monte Redondo, centro do mundo Panidor, está a maioria do universo de Colaboradores – que, em Portugal, superam já os 500 – e onde se situa a base da produção industrial, afinal de contas, a verdadeira força-motriz deste Cliente CA, da Agência de Leiria. Produção que, também ela, ultrapassou fronteiras, para se instalar no Brasil, concretamente em São José dos Campos, que dista apenas cerca de 90 km da capital do Estado de São Paulo.

. A internacionalização surgiu, em força, na viragem do milénio ou do século, como se preferir situar o tempo. Um breve parênteses para assinalar que esta nossa visita, em breve reportagem à Panidor, acontece poucos dias depois de Pedro Mendes celebrar o seu 50.º aniversário. Se dissermos que a sua (familiar e ancestral) ligação ao negócio do pão e da pastelaria vem dos seus dezassete anos, há neste homem muito saber e experiência. Mas também paixão indisfarçável. Voltando um pouco atrás, 1990 pontua o arranque da sua entrega total ao negócio dos pais.

E quatro anos depois, surge a aposta nos ultracongelados. Ao tirarmos nova fornada de texto deste grande universo de marca, produto, tecnologia e equipamento (estrutura e infra-estrutura), a afirmação pluricontinental dos produtos que, começando sob a insígnia Panicongelados, hoje vão muito naturalmente fermentando o sucesso da marca Panidor, ainda não diminui o mercado português em volume de negócios gerado – e suplantando os 70% – com relevância para o canal HoReCa. Mas, ao analisar a evolução registada nas outras geografias – onde a vizinha Espanha se destaca das demais – tudo indica que a tendência é para incrementar o peso internacional na facturação. Num portefólio actualmente valorizado por cerca de 300 (!) referências, no contexto Panidor é quase ‘estonteante’ esmiuçar outros números… Se não, vejamos: só de Monte Redondo, onde se situa o ‘quartel-general’ industrial da empresa, a padaria tradicional – a começar pelo icónico Pão d’Avó – traduz-se numa produção diária de 20 toneladas; a cada dia, também, daqui saem 700 mil pastéis de nata, com taxas de crescimento anual ultrapassando os 15%; já agora, só uma nota de curiosidade para abrir os apetites: os norte-americanos ficam, cada vez mais, de água na boca, sempre que passam junto ao coffee shop mais próximo, onde sabem haver o famoso pastel lusitano à sua espera…

E quem diz Estados Unidos… diz por estes tempos, também, outras paragens do Mundo, outros destinos como os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da Exposição Universal (a Expo 2020, adiada para este ano), que estão, saborosamente, a render-se aos argumentos portugueses – folhados por fora e cremosos por dentro, num segredo bem guardado pela Panidor. Ainda que de discurso contido, dando a entender que prefere ouvir a… tomar a palavra, Pedro Mendes não esconde o orgulho quando lhe falamos do impacto mediático das exportações da Panidor (desde logo centradas no dito pastel de nata), como que furando, em termos económicos, o primeiro grande impacto da pandemia nos mercados mundiais. Orgulho que lhe acentua o sorriso e semicerra o olhar ao saber que, entre os três croissants diariamente vendidos na cafetaria do Museu do Louvre, em Paris, está um Panidor.

Não é preciso dizer mais nada. A não ser que o negócio do Grupo passa hoje também por uma segunda marca, a Homemad Moments, dirigida ao consumidor final. E que os desafios lançados pela pandemia, em Portugal, levaram o presidente e fundador da empresa a apostar na abertura de 18 lojas próprias de Norte a Sul. “Está tudo a correr bem, tão bem que não imaginámos tamanha procura”, confessa Pedro Mendes. O jovem que, logo sopradas as primeiras 17 velas, passou a cuidar do negócio da família, bem ali próximo, no Soto da Carpalhosa. O homem que, agora aos 50 anos, insiste em dizer: “Ainda tudo são sonhos, mas sei que nunca vou tirar as mãos da massa e continuar a construir esta história com trabalho, dedicação e inspiração”. Para percebemos o alcance desta frase e aguçarmos apetites sobre tudo o que, hoje, representa o universo deste eterno sonhador, com os pés bem assentes nestas terras do Oeste e por tudo o mundo que o conhece, de Espanha ao Brasil, dos Estados Unidos a diferentes mercados asiáticos, o melhor é abrir a porta e entrar. Pois então, entremos já por aqui: www.panidor.pt

 

*Cliente da Caixa Central do Crédito Agrícola