O pilar social da sustentabilidade reforça-se sempre que surge uma ideia assim, vertebrada e com pernas para andar. Quem diz andar… diz estar - e, já agora, com os pés bem assentes na terra. Nascida há cinco anos em Beja, a Associação ESTAR é incansável a responder a pedidos de ajuda, vindos de entidades parceiras ou de quem simplesmente, no seu anonimato sofrido, bate à porta.

O jogo das palavras ganha luz especial no Alentejo. Por isso, cá estamos. Ponto de encontro: Beja. Espera-nos Madalena Palma e Inês Féria. Vamos às apresentações: ambas licenciadas em Serviço Social, decidiram em 2019 trocar os respectivos empregos por uma aventura com outro chamamento, outro propósito, concretamente um projecto que, nas suas palavras, “unisse um pouco mais a malha da rede social”. Só assim entendem ser possível agilizar a resposta às necessidades de pessoas carenciadas e das várias entidades que actuam na esfera solidária, desde logo no apoio social. Foi justamente isso que fez nascer a Associação ESTAR.

Cinco anos depois, “o nosso principal desafio é, sem dúvida, financeiro face às inúmeras despesas com que nos confrontamos, além da preocupação acrescida de não acedermos a financiamento desde Dezembro de 2023”, explica Madalena Palma. É caso para dizer um desafio maior a par da dureza de um trabalho que não tem pausas, nem dá tréguas. “O nosso dia-dia-dia é a resolver problemas”, sublinha Inês Féria, explicando que não se trata de situações rotineiras, “mas questões graves, muitas vezes associadas à falta de condições mínimas e humanamente aceitáveis em que vivem as muitas pessoas que nos procuram, tantas vezes vítimas do tráfico humano, violência física, fome, desemprego e, quase sempre, ávidas de um mínimo de dignidade”.

A ESTAR, o seu trabalho, a obra feita que não é proclamada aos quatro ventos, convida-nos a fixar alguns números impressivos e que falam por si. Basta olharmos para o ano de 2024: até Outubro, a associação registou mais de 750 pedidos de apoio por parte de entidades parceiras, todos com resposta efectiva – e a 100%. “Este nosso trabalho teve impacto em cerca de 1.500 pessoas”, faz notar Madalena Palma, adiantando que desse universo 83% são nacionais e os restantes são imigrantes ou refugiados.

Cabe esclarecer que os números referidos – faltando ainda dois meses por apurar – envolvem apenas os pedidos de apoio de entidades parceiras da associação, “não estando aqui assinalados os pedidos directos feitos à nossa porta”, frisa Inês Féria.

Diariamente, chegam à ESTAR solicitações urgentes e as mais diversas, pedidos de ajuda que tanto podem ser apoio alimentar como roupa, mobiliário, apoio social, financeiro, artigos de puericultura, ajudas de ordem técnica, entre outros.

A associação assenta actualmente a sua actividade em três projetos-âncora: ESTAR, SER e MARMITA, para conhecer em www.associacaoestar.org. Três alicerces cujo propósito, compromisso e alcance explicam por que razão a ESTAR… está entre as Entidades da Economia Social que viram os seus projectos premiados no Concurso “Dia CA Mais Sustentável” 2024.

“Estamos muito felizes e orgulhosas; é sempre motivo de regozijo quando vemos o nosso trabalho reconhecido, ainda mais por uma instituição como o Crédito Agrícola”, comenta Madalena Palma e Inês Féria subscreve. E nós aplaudimos, naturalmente.