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... inovador. Bom, quem diz bolo-de-arroz – com mais fibra e menos calórico – diz outras referências da nossa pastelaria tradicional, ao encontro de quem não prescinde do melhor de dois mundos: bolos, sim, mas desde que encaixem bem no molde dos estilos de vida mais saudáveis. Por tudo isto nasceu, em Braga, o InovPastel. Um projecto de investigação da Universidade do Minho, justamente vencedor do Prémio Empreendedorismo e Inovação CA 2021, na categoria BioTecnologia e BioGeração XXI.
Num mercado ainda pouco explorado, o projecto InovPastel identificou, na fase de pesquisa inicial, a necessidade de criar e desenvolver opções menos calóricas, que confiram viabilidade diferenciadora e competitiva à ideia. Fixada essa percepção, desde logo “partimos à descoberta de oportunidades de financiamento para soluções eficazes a aplicar nas prioridades sinalizadas”, revela-nos Cláudia Amorim, investigadora e promotora do projecto. Os portugueses e a pastelaria formam um binómio inseparável – por um lado, temos toda uma tradição e arte de bem-fazer; por outro, um sem-número de apreciadores. O consumo está, muitas vezes, associado a produtos com impacto negativo na saúde. Um dos alertas terá sido dado com a proibição de venda deste tipo de alimentos nas escolas. Pode dizer-se, ainda na perspectiva da equipa, que foram à raiz do problema. Começaram por trabalhar um bolo-de-arroz, peça de pastelaria que representa memória inapagável de infância para tantos adultos.
Mas, agora, repensada para uma nova era, um novo tempo em que a doçaria, os açúcares, as gorduras, são cada vez mais indesejados pelas autoridades de saúde à escala global. Daí que o projecto seduza pelas suas particularidades tão ao gosto das novas tendências, sensíveis a tudo quanto possa alinhar-se com uma proposta saudável e sustentável. Ora, sendo adquirido que a pastelaria tradicional é bem representativa de uma certa identidade by Portugal, o que pretende o InovPastel é, não um posicionamento tangível em oferta de ruptura radical, mas sublimar o sabor original dos seus produtos, através de opções menos calóricas e mais dietéticas. Redução dos teores de açúcar e gordura e a substituição da proteína animal são o eixo da ‘receita’, mas à incorporação de fibras (dietéticas), frisa Cláudia Amorim, cabe “um papel-chave, dado o seu potencial na modulação das bactérias intestinais e, por consequência, efeitos benéficos para a saúde do consumidor”.
Expectativas assumidamente ambiciosas, até pela estratégia definida para a tradução real e ‘emancipação’ do projecto, que se encontra na fase de desenvolvimento de produtos, avaliação do consumidor e prototipagem. Fazem-se testes tendo por suporte amostragens significativas, atendendo às faixas etárias, estilos de vida, habilitações literárias e profissões. Até agora, foram investidos cerca de 15 mil euros no primeiro desses tópicos (desenvolvimento de produtos). Entretanto, o InovPastel necessita de financiamento para seguir em frente e a bom ritmo, pelo que continua muito activo na procura de apoios.
Há uma clara aposta na promoção e divulgação dos protótipos já desenvolvidos, em feiras e eventos de empreendedorismo, como forma de captar interesse e identificar potenciais investidores e outros parceiros. Existe uma bem identificada necessidade de colocar os novos produtos na ‘montra’. E, como ficou demonstrado, com “a criação do bolo-de-arroz menos calórico e funcional”, que foi a rampa de lançamento do projecto. Cláudia Amorim reforça o “interesse em desenvolver produtos tradicionais, bem conhecidos dos consumidores, e apostar nas novas tendências”. Está bem definida essa preocupação, logo na génese do do projecto e, a cada dia, bem presente no pensamento e na acção dos seis ‘mentores’ do InovPastel: Cláudia Amorim (investigadora responsável, Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho [CEB-UM]), Jessica Silva (aluna de mestrado, CEB-UM), Beatriz Cardoso (aluna de doutoramento), Sara Silvério (investigadora, CEB-UM), Ramón Moreira (professor associado, Universidade de Santiago de Compostela) e Lígia Rodrigues (professora associada, CEB-UM).
O trabalho e o labor destes interventores é reconhecido – e muito bem! – como ficou patente na conquista do Prémio Empreendedorismo e Inovação CA 2021, categoria BioTecnologia e BioGeração XXI, que Cláudia Amorim vê também como oportunidade para criar uma plataforma de comunicação com potenciais Clientes e Colaboradores interessados. InovPastel é, objectivamente, uma saborosa inovação. Doce quanto baste para empreender e ser bem-sucedido. Para começar, com bolo-de-arroz (a)provado. E quem diz bolo-de-arroz…