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Depois da indústria farmacêutica, da consultoria, da banca e dos seguros, das viagens, da agroindústria… depois de tudo isto e mais ainda, Bernardo Ferreira de Carvalho, 45 anos, tem já uma bagagem riquíssima. A riqueza que vem da experiência e do conhecimento. Não apenas das múltiplas actividades que alargam o arco da jovem carreira profissional de um gestor por vocação – e devoção. Mas, sobretudo, do encantamento confesso por culturas tão diversas, desde a europeia à brasileira, passando pela asiática.
Licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa, com MBA em França e Singapura pelo INSEAD – Instituto Europeu de Administração de Empresas, fala cinco línguas (Grego incluído), estudou artes e tem o fascínio pela arquitectura, seja o traço curvilíneo no rasgo a todo o tempo moderno de Óscar Niemeyer, seja o arrojo todo ele artístico de Jean Nouvel ou a viagem sempre a acontecer com a irreverência, também ela encantatória, da obra eterna de Fernando Távora
Bem vistas as coisas, no fundo ou logo à superfície desta reportagem, viajar está lá sempre, quer de modo explícito, quer na textura das entrelinhas. Vamos lá simplificar… Bernardo Ferreira de Carvalho, que há muito se identifica com o futuro sustentável, convidou uma equipa de jovens talentos a partir com ele em viagem. Objectivo: conhecer e estudar o que de melhor se faz no mundo em aquicultura dedicada à sustentabilidade em todas as suas vertentes.
Com ele, seguiram os galegos Óscar Iglésias (técnico de aquicultura de bivalves) e Ana Cerviño (desde sempre ligada à cultura de bivalves), fechando a comitiva a portuguesa Andreia Cruz (doutorada em genética).
Não estamos perante um relato inspirado em Fernão de Magalhães, cuja viagem de circunavegação se cumpriu recentemente, mas da curiosidade deste desejo de descoberta e de ter, também à sua escala, a inapagável marca peninsular.
A expedição ibérica resultou numa “viagem incrível”, confessa-nos Bernardo Ferreira de Carvalho. “Fomos à China, Coreia do Sul, Noruega, Itália e à costa Leste dos Estados Unidos”, sendo que o trabalho de casa – em termos de geografia ibérica, é claro – contemplou os Açores e o Norte de Espanha (Galiza). Resultado: “Essa grande viagem deu-nos a visão universal do estado da arte da ciência, da competição e das oportunidades”, que o mesmo é dizer: “Em que produtos nos deveríamos focalizar para diferenciar e, se possível, inovar – mas sempre numa lógica de sustentabilidade”.
Conclusão: em 2015 era constituída a Oceano Fresco. A empresa evoluiu para um sofisticado Centro BioMarinho inaugurado na Nazaré, em Junho passado.
E quando hoje falamos em Oceano Fresco, devemos sublinhar que no contexto das infra--estruturas e geografias agregadas, combina-se uma maternidade existente na Nazaré (capacidade de produção anual de 200 milhões de sementes de amêijoas-bebé) com um viveiro de engorda de bivalves (amêijoas) em mar aberto (100 hectares), no Barlavento Algarvio, a três quilómetros da embocadura da Ria de Alvor.
Aquela viagem ‘capitaneada’ por Bernardo Ferreira de Carvalho, de certa forma a lembrar Magalhães [percepção do editor desta peça] permitiu concluir que a aposta certa seria, pois, neste cultivo sustentável de bivalves (amêijoa-macha e amêijoa-boa), privilegiando espécies europeias autóctones, de alto valor organoléptico (principalmente o sabor) e, injustamente, subaproveitadas.
Dos grandes investimentos em investigação até agora realizados pela empresa, o seu CEO e fundador exalta “o grande potencial para melhorar a produtividade”. Chegados a este ponto, Bernardo Ferreira de Carvalho dá a palavra a Óscar Iglésias, que nos mostra amêijoas com apenas cinco dias de vida. “Aqui vão passar os primeiros quatro meses, passando depois para o nosso viveiro em mar aberto, no Algarve. São bivalves muito exigentes, requerendo uma dieta muito rigorosa, a temperatura controlada.
Mas a grande vantagem da aquicultura de amêijoas é que ela ‘mimetiza’ o que se passa no mar, não se alimentam de rações, apenas e só de algas. Esta aquicultura respeita integralmente a propensão biológica da amêijoa. Aqui, não há stresse para o animal”.Repegando o tema, Bernardo Ferreira de Carvalho sinaliza que “temos um produto versátil, apontando ao trinómio do futuro: sustentável, nutritivo e saboroso. Hoje, sucedem-se os movimentos pró bem-estar e pró cultivar sustentável. E quando pensamos que a população mundial vai rapidamente ultrapassar os nove mil milhões de pessoas, não tenhamos dúvidas de que a alimentação do futuro tem de seguir estes padrões de consciência ambiental. Não há volta a dar”. Por todas as razões, pelo futuro que decidimos no presente, para sabermos mais sobre estes conteúdos tão pertinentes, mergulhemos desde já em oceano-fresco.pt.
*Cliente do Crédito Agrícola Alcobaça, Cartaxo, Nazaré, Rio Maior e Santarém