11 de Julho 2018

Um verdadeiro pitéu de Mirandela.

Os irmãos Pedro e Carla Caldeira, ele engenheiro mecânico, ela engenheira alimentar e técnica de análises clínicas, decidiram em 2009 trocar as respectivas actividades profissionais pela aposta num projecto comum: a aquisição da Topitéu*. Empresa de Mirandela com um histórico iniciado em 1982 e que chegou a liderar o mercado nacional na comercialização de alheiras, renasce hoje como marca relevante em Portugal e além-fronteiras, associada ao bom gosto da tradição do fumeiro regional. 

Da melhor tradição, acrescentamos nós, ou não tivessem os irmãos Caldeira por referência – e inspiração – as suculentas alheiras feitas com a arte e paixão da sua avó Maria Matilde, hoje ‘jubilada’ desses engenhos, mas em todo o caso ainda uma juíza na avaliação da melhor alheira de Mirandela. “Estamos a escrever o segundo capítulo da história da Topitéu, uma empresa que foi pioneira no Norte do Portugal com a sua oferta verticalizada, integrando produção de suínos, matadouro e transformação. Quando decidimos investir abrimos um novo ciclo de gestão que, do ponto vista estratégico, implicou uma mudança estrutural e de layout e a própria reconstrução da marca. E os resultados não podiam ser mais animadores – de então para cá, crescemos cerca de 40%”, sublinha Pedro Caldeira.  

O administrador não esconde a satisfação pelo trabalho feito na reafirmação da Topitéu, através de importantes investimentos e, sobretudo, de uma “competente, dedicada e orgulhosa” equipa de 45 Colaboradores, o que posiciona a empresa como um dos maiores empregadores desta região, devendo ainda ser destacados os mais de 150 fornecedores locais. Pedro Caldeira confessa que, entre os objectivos a médio prazo, está a reconquista da liderança do mercado nacional, sendo certo que, em termos de exportações, a Topitéu “segue bem na dianteira”. França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo e Suíça constituem os principais destinos no espaço europeu, ao mesmo tempo que ganham expressão Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. O Brasil é igualmente um mercado ascendente. “Sem dúvida que o chamado mercado da saudade tem uma importância considerável, mas estamos a chegar a outros consumidores locais que, em resultado de acções regulares de marketing relacional [e experiencial, acrescentamos nós], estão a provar e, melhor ainda, a aderir ao bom sabor dos nossos produtos, o primeiro dos quais, é claro, a alheira, cada vez mais apreciada pela sua dimensão gourmet”. Importa assinalar que o portefólio da empresa é actualmente valorizado por 23 referências – para além do produto-estrela (a alheira), temos as chouriças, o salpicão, a morcela, a moira, o butelo e vários outros produtos de charcutaria que, em visita guiada, a administradora Carla Caldeira nos vai mostrando, com explicação detalhada do processo produtivo e dos detalhes que conferem à oferta Topitéu a chancela de qualidade na melhor tradição de Mirandela.

“As obras de renovação das instalações em que decidimos investir compreendem três fases; as duas primeiras estão concluídas e, dentro em breve, terminaremos os trabalhos na área de expedição”, revela-nos Carla Caldeira, frisando que, em dois anos e meio, “só parámos uma semana, precisamente por força das obras”. Assim se explica o alto desempenho da empresa, com uma produção anual que supera já as 750 toneladas (só em alheira).

Voltando a provas, é bom saber que a Topitéu está entre as quatro empresas habilitadas a produzir alheira certificada de Mirandela.

Um produto IPG (Indicação Geográfica Protegida), cujo caderno de encargos determina como requisitos 60% de carne porco, 10% de carne porco Bísaro e azeite DOP. “Somos o único produtor de alheira tradicional atada à mão”, diz Carla Caldeira, deixando-nos água na boca ao acrescentar que este é um produto “quase sempre esgotado”. Percebe-se porquê: cada alheira tradicional é enchida com carne de porco, galinha, pão de trigo, toucinho de porco, alho, colorau, malagueta e sal. E a tripa é de vaca – aliás, há quem use tripa de porco, mas na Topitéu, em 100% da produção de alheira, em todas as suas variedades, é exclusivamente utilizada a tripa de vaca salgada ou seca. E no que respeita a esta referência em concreto – a alheira atada à mão – Pedro Caldeira confessa que, ao provar, fecha os olhos e o sabor é… “o mais próximo e fiel ao das alheiras da nossa avó…”. Está tudo dito. Ou quase…

Porque, entretanto, a Topitéu não pára de investir na valorização da sua oferta tendo por base novos produtos diferenciadores, ao encontro de novas tendências do mercado mundial, como a alheira silvestre, sábia mistura de espargos e cogumelos, com apenas 146 kilocalorias. Um dos produtos em que esta Empresa PME Excelência se distingue dos seus mais directos concorrentes.

Uma das saborosas razões porque vale (mesmo!) a pena clicar em www.topiteu.pt. Bom apetite!

*Cliente do Crédito Agrícola do Alto Douro